Apesar de um excepcional quarto trimestre, no qual a Lululemon Athletica superou as expectativas do mercado tanto em receitas quanto em lucros, o fabricante canadense de artigos esportivos enfrenta uma significativa queda no preço de suas ações. A desvalorização segue-se a uma previsão de vendas decepcionante, que abalou o sentimento dos investidores. No comércio após o fechamento do mercado e nas atividades pré-mercado na sexta-feira, as ações da Lululemon sofreram perdas consideráveis.

Em detalhe, a receita da empresa conhecida por seu equipamento de ioga cresceu 16 por cento em relação ao trimestre do ano anterior, chegando agora a 3,2 bilhões de dólares americanos. Analistas tinham projetado apenas receitas de 3,19 bilhões de dólares americanos. O lucro por ação também superou não só as previsões dos analistas, que esperavam um EPS de 5,00 dólares americanos, mas também a própria expectativa da empresa de 5,02 dólares americanos, alcançando 5,28 dólares americanos. Um crescimento de 20 por cento em relação ao ano anterior.

O olhar para o futuro, no entanto, parece menos promissor. Para o primeiro trimestre do novo ano fiscal, a Lululemon espera receitas na ordem de 2,18 bilhões de dólares americanos, o que fica abaixo das expectativas de 2,26 bilhões de dólares americanos. A previsão para o lucro por ação é de também 2,38 dólares americanos, igualmente inferior às previsões anteriores dos analistas, que esperavam 2,55 dólares americanos. Esta previsão cautelosa também se reflete nas expectativas para o ano inteiro, com a empresa contando com receitas totais de 10,75 bilhões de dólares americanos e um EPS de 14,10 dólares americanos – ambos abaixo das expectativas do mercado.

Essas previsões céticas levaram a uma significativa incerteza entre os investidores. O comércio pré-mercado de sexta-feira registrou uma queda dramática na ação da Lululemon de 11,72 por cento para 422,70 dólares americanos. Diante de um crescimento de dois dígitos esperado a longo prazo, que está implícito na relação preço-lucro da ação, a perspectiva cautelosa levanta questões. A gestão agora enfrenta o desafio de reconquistar a confiança dos investidores e focar em crescimento sustentável para alcançar os objetivos de longo prazo.