Mario Draghi exige reforma radical da política de concorrência da UE

10/09/2024, 10:51

Mario Draghi pede em um novo relatório uma reforma radical da política de concorrência da UE, para dar às empresas europeias mais margem de manobra na competição global.

Eulerpool News 10 de set. de 2024, 10:51

O ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi propôs uma revisão fundamental da política de concorrência da UE num relatório abrangente sobre a competitividade europeia. Draghi critica que o enfoque europeu em preços baixos para os consumidores está desatualizado e prejudica as empresas europeias na competição global por escala e inovação.

O relatório prevê, entre outras coisas, que as empresas devam ter mais liberdade para colaborar com concorrentes em investimentos. Além disso, Draghi propõe não apenas analisar as fusões antecipadamente, mas também monitorá-las após a aprovação. Isso deve garantir que acordos e poderes de mercado não prejudiquem os consumidores. Draghi recomenda especialmente a avaliação de fusões ao nível da UE em mercados como o das telecomunicações, mesmo que estas levem a posições dominantes a nível nacional.

Uma das mudanças mais drásticas seria o realinhamento da política de concorrência com foco em inovações e desenvolvimentos tecnológicos. Draghi argumenta que as fusões devem ser permitidas se tiverem o potencial de promover investimentos a longo prazo, com as empresas sendo revisadas posteriormente para verificar se essas promessas foram cumpridas.

„A competição deveria ser mais orientada para o futuro e não apenas baseada em abordagens preventivas“, declarou Draghi na segunda-feira aos repórteres. Ele acrescentou que não é necessário mudar as regras de controle de fusões da UE ou os regulamentos de auxílios estatais, mas apenas ajustar as diretrizes internas da Comissão para torná-las „apropriadas“.

Enquanto as propostas de Draghi encontram aprovação entre alguns funcionários da UE, os críticos alertam que essas mudanças podem enfraquecer as regras de concorrência em favor das grandes empresas. Um alto funcionário da UE chamou os planos de "loucura", afirmando que poderiam enfraquecer a política de concorrência e levar a preços mais altos e menores incentivos para investimentos.

No entanto, o relatório de Draghi reflete a tendência política em Bruxelas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia solicitado em julho uma "nova abordagem" que permita às empresas europeias se tornarem mais competitivas nos mercados globais.

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