A Intel anunciou ajustes em suas expectativas de receita para o trimestre em curso, após novas restrições à venda de semicondutores para a empresa de telecomunicações chinesa Huawei Technologies entrarem em vigor. Isso acontece após a decisão do Departamento de Comércio de retirar algumas licenças de exportação para a Huawei, conforme informado por um porta-voz na quarta-feira. A Intel foi informada na terça-feira de que as licenças para vendas a um cliente na China foram revogadas, conforme indicado em um comunicado ao mercado de ações.

A empresa agora espera que a receita para o segundo trimestre fique abaixo de 13 bilhões de dólares americanos, mas permaneça dentro da faixa previamente projetada de 12,5 a 13,5 bilhões de dólares americanos. A Intel também reafirmou a previsão anual de que as receitas e lucros aumentarão.

A notícia chega um dia após um relatório do Financial Times, no qual foi relatado que a administração Biden revogou as licenças para venda de chips à Huawei. As ações da Intel caíram em seguida na quarta-feira em 2,2 por cento.

Fornecedores dos EUA, incluindo Intel e Qualcomm, obtiveram anteriormente permissão para continuar vendendo alguns chips à Huawei – incluindo unidades centrais de processamento para laptops e chips da geração 4G mais antiga para telefones – mesmo após os EUA terem colocado a empresa na chamada lista de entidades em 2019, o que torna a venda sem licença de exportação ilegal.

Essas licenças possibilitaram a essas empresas receitas contínuas da China, mesmo com o agravamento da rivalidade tecnológica entre EUA e China. A Huawei está no centro dos conflitos comerciais entre os países, e as restrições dos EUA tanto no acesso aos mais recentes chips 5G da Qualcomm quanto nas amplas limitações para chips de IA da Nvidia impactaram o crescimento da empresa.

Qualcomm não respondeu inicialmente a um pedido de comentário. O Diretor Financeiro da Qualcomm, Akash Palkhiwala, declarou em maio que a empresa não espera receitas da Huawei para 2025, pois a empresa chinesa de telecomunicações está mudando para chips 5G e interrompendo a compra de chips 4G, que a Qualcomm tinha permissão para vender.

O cancelamento segue o lançamento dos primeiros laptops da Huawei com capacidades de IA no último mês, que continham chips da Intel. Isso levou a novas exigências de alguns legisladores dos EUA por uma revogação das licenças.

Pequim também tomou medidas para restringir as vendas da Intel na China. Recentemente, foi comunicado aos provedores de telecomunicações para não usarem mais chips estrangeiros até 2027, relatou o Jornal no mês passado.