O conglomerado de confeitos e cuidados com animais Mars está em negociações para adquirir a Kellanova, a empresa nova-iorquina que fabrica, entre outros, Pringles e Pop-Tarts, segundo informações de fontes internas. A Kellanova foi fundada em 2023 através da divisão da Kellogg e possui uma capitalização de mercado de 22 bilhões de dólares. As ações da empresa subiram 16,2 por cento na segunda-feira, para 73,20 dólares.
Kellanova possui marcas de snacks como Pringles, Cheez-Its e Rice Krispies Treats. A empresa familiar Mars é uma das maiores empresas privadas com uma receita anual de mais de 50 bilhões de dólares e mais de 150.000 funcionários em todo o mundo.
A potencial aquisição ocorre em um momento em que os consumidores, após vários anos de inflação, estão reduzindo seus gastos, o que fez os preços de muitos produtos básicos ultrapassarem os níveis anteriores à pandemia. No passado, a Mars apostou em aquisições para impulsionar o crescimento, incluindo a compra do grupo VCA, com 800 clínicas veterinárias, por 9,1 bilhões de dólares em 2017, e a aquisição do fabricante de chicletes e petiscos Wm Wrigley Jr. por 23 bilhões de dólares em 2008. No início deste ano, a Mars adquiriu o fabricante britânico de chocolates premium Hotel Chocolat por 534 milhões de libras.
A aquisição da Kellanova seria uma das maiores transações no setor de alimentos dos últimos anos. Um preço de compra para a potencial aquisição não pôde ser imediatamente determinado. A notícia sobre as possíveis negociações foi relatada pela primeira vez pela Reuters. A Kellanova recusou-se a comentar, e a Mars não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
Kellanova superou bem a queda nos gastos dos consumidores nos EUA até agora. Na semana passada, a empresa elevou sua previsão de receita para o ano inteiro, após os mais recentes resultados trimestrais terem superado as expectativas. As ações da Kellanova já subiram cerca de 15 por cento este ano.
Robert Moskow, Analista da TD Cowen, disse que uma oferta pela Kellanova “poderia iniciar uma nova onda de consolidação no setor de alimentos embalados”, semelhante ao período entre 1999 e 2001, quando a General Mills adquiriu a Pillsbury e a Kraft adquiriu a Nabisco. “Em épocas como estas, quando o crescimento desacelera, os balanços estão relativamente limpos e as avaliações caem, os líderes do mercado alimentício tendem a considerar grandes combinações com mais atenção para alcançar sinergias de custo”, observou Moskow.
Fusões e aquisições aumentaram novamente em todo o mundo e atingiram um valor de 1,5 trilhões de dólares americanos no primeiro semestre de 2024. O valor total das transações aumentou em cerca de um quinto, impulsionado por um aumento de transações no valor de mais de 10 bilhões de dólares americanos.
