Meta, a empresa-mãe do Facebook, doou pela primeira vez US$ 1 milhão ao fundo para as celebrações de posse do presidente dos EUA, Donald Trump. Este movimento indica uma aproximação estratégica ao futuro presidente, após o relacionamento entre Trump e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, ter sido tenso nos últimos anos.

A doação marca uma clara mudança de curso da Meta. Durante a presidência de Trump, a empresa marcou ou removeu várias vezes conteúdos do então presidente, o que levou a críticas de círculos conservadores. Após os acontecimentos de 6 de janeiro de 2021, a Meta bloqueou as contas de Trump no Facebook e Instagram. Só em julho deste ano essas restrições foram levantadas, acompanhadas pelo aviso de Trump de que responsabilizaria "fraudadores eleitorais" e que "ZUCKERBUCKS" não estava seguro.

O CEO da Meta, Zuckerberg, destacou recentemente que a empresa busca a neutralidade política e reduziu a participação de conteúdos políticos em suas plataformas. No entanto, Zuckerberg escreveu em uma carta ao Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, liderado pelos republicanos, que o governo Biden pressionou repetidamente a Meta durante a pandemia para censurar determinados conteúdos sobre Covid-19.

A doação mais recente da Meta não é apenas simbólica, mas um sinal para o novo governo, especialmente em relação à política de tecnologia anunciada por Trump. Aparentemente, a Meta deseja desempenhar um papel ativo nos debates estratégicos sobre a liderança tecnológica dos EUA. Nick Clegg, chefe de assuntos globais da Meta, declarou que Zuckerberg quer se envolver mais em questões como inteligência artificial.

A doação e a aproximação ocorrem no contexto de uma intensa corrida da indústria tecnológica para ganhar o apoio de Trump. Elon Musk, CEO da X (anteriormente Twitter), é um dos conselheiros mais próximos do futuro presidente, e o investidor do Vale do Silício David Sacks foi nomeado como comissário de IA e criptomoedas.

Foi apenas recentemente que Zuckerberg jantou com Trump em sua propriedade em Mar-a-Lago. A Meta comentou que Zuckerberg estava "agradecido" pelo convite e descreveu a fase atual como "importante para o futuro da inovação americana".

Com a doação e as declarações recentes, a Meta tenta suavizar a relação tensa e se posicionar como parceira do governo em questões tecnológicas e econômicas centrais.