Abbott Laboratories e Reckitt celebram triunfo jurídico no conflito de alimentos para bebês

Na sexta-feira, as ações da Abbott Laboratories subiram quase 5 por cento antes da abertura do mercado, após um júri ter absolvido a empresa e uma subsidiária da Reckitt de responsabilidade. O julgamento focou nos riscos de suas fórmulas infantis especiais para bebês prematuros. Em St. Louis, Missouri, foi decidido na quinta-feira que a Abbott e a unidade Mead Johnson da Reckitt não eram responsáveis por uma grave doença intestinal em um jovem menino. Este marco representa o primeiro sucesso para as empresas após perdas significativas em dois processos anteriores. O caso fazia parte de cerca de 1.000 ações judiciais semelhantes pendentes em todo o país. Nessas ações, foram feitas alegações de que as empresas não alertaram suficientemente sobre o uso de suas fórmulas especiais por unidades de terapia intensiva neonatal, que poderiam levar à enterocolite necrosante (NEC). A NEC afeta quase exclusivamente bebês prematuros e tem uma taxa de mortalidade estimada em mais de 20 por cento. Após o veredito, o analista do J.P. Morgan, Robbie Marcus, destacou que o sucesso jurídico poderia reduzir significativamente a potencial responsabilidade da Abbott, o que fortaleceria a posição de negociação da empresa em eventuais acordos futuros. Decisões legais em dois processos anteriores já resultaram em pagamentos de acordos de 60 milhões de dólares contra a Mead e 495 milhões de dólares contra a Abbott. No entanto, os reguladores dos EUA e alguns cientistas convocados pelos National Institutes of Health afirmaram que as evidências atuais não apoiam a hipótese de que a fórmula cause NEC. Embora essas declarações não pudessem ser consideradas no julgamento mais recente, o analista da Evercore, Vijay Kumar, ressaltou que elas fortalecem ainda mais a posição da Abbott. Em comparação com a Reckitt, cujas ações são negociadas a 14,73 vezes seus ganhos esperados, o múltiplo de avaliação das ações da Abbott é de 24,25.