Monero foi lançado em 2014, e seu objetivo é simples: permitir que as transações ocorram de forma privada e anônima. Embora se pense comumente que o BTC pode ocultar a identidade de uma pessoa, muitas vezes é fácil rastrear pagamentos até sua fonte original porque as blockchains são transparentes. Por outro lado, o XMR é projetado para obscurecer tanto os remetentes quanto os destinatários por meio do uso de criptografia avançada. A equipe por trás do Monero afirma que a privacidade e a segurança são suas maiores prioridades, com a facilidade de uso e eficiência vindo em segundo lugar. Visa proporcionar proteção a todos os usuários — independentemente de quão competentes tecnicamente eles sejam. No geral, o XMR tem como objetivo permitir que os pagamentos sejam feitos de forma rápida e econômica, sem medo de censura.

Sete desenvolvedores estiveram inicialmente envolvidos na criação do Monero — cinco dos quais decidiram permanecer anônimos. Houve rumores de que o XMR também foi inventado por Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin. As origens do XMR podem ser rastreadas até o Bytecoin, uma criptomoeda descentralizada e focada na privacidade, lançada em 2012. Dois anos depois, um membro do fórum Bitcointalk — conhecido apenas como thankful_for_today — fez um fork na base de código do BCN, dando origem ao Monero. Ele havia sugerido "mudanças controversas" para o Bytecoin com as quais outros na comunidade discordaram e decidiu tomar medidas por conta própria. Acredita-se que centenas de desenvolvedores tenham contribuído para o XMR ao longo dos anos.

Os usuários não devem considerar todas as criptomoedas de privacidade como serviços intercambiáveis ou equivalentes, pois elas não alcançam a privacidade da mesma maneira. Por exemplo, o XMR deve ser visto como uma tecnologia que, quando utilizada adequadamente, obscurece os dados dos usuários na blockchain, tornando mais difícil a identificação de seus usuários.

O sigilo e o anonimato oferecidos pelo Monero são o que a maioria dos usuários considera valioso. Isso proporciona às pessoas a liberdade de realizar transações com criptomoedas a qualquer momento e para qualquer finalidade, sem se preocuparem em serem vigiadas pelo governo, hackers ou outras partes externas. As moedas XMR são impossíveis de rastrear e, portanto, não podem ser bloqueadas por empresas devido a supostas conexões ilícitas. Investidores que acreditam que a demanda por privacidade aumentará no futuro, elevando o preço e o valor total de mercado do XMR, podem encontrar valor no Monero, além do seu uso como meio de troca.

Existem várias características que tornam o Monero único. Um dos maiores objetivos do projeto é alcançar o mais alto nível de descentralização possível, o que significa que um usuário não precisa confiar em ninguém mais na rede. A privacidade é alcançada por meio de algumas características distintas. Enquanto cada Bitcoin em circulação tem seu próprio número de série, o que permite o monitoramento do uso de criptomoedas, o XMR é completamente fungível. Por padrão, os detalhes sobre os remetentes, os destinatários e a quantidade de criptomoeda sendo transferida são ocultados — e os defensores do Monero afirmam que isso oferece uma vantagem sobre moedas de privacidade rivais, como Zcash, que são “seletivamente transparentes”. A ofuscação é alcançada por meio do uso de assinaturas em anel (ring signatures). Nesse processo, saídas de transações passadas são selecionadas do blockchain e atuam como iscas, impedindo que observadores externos identifiquem quem assinou. Se Ian estivesse enviando 200 XMR para Susan, esse montante também poderia ser dividido em pedaços aleatórios para adicionar um nível adicional de dificuldade. Para garantir que as transações não possam ser vinculadas umas às outras, endereços furtivos são criados para cada transação individual e são usados apenas uma vez. Todas essas características distintas levaram ao uso crescente do XMR para transações ilícitas em vez do Bitcoin — especialmente nos mercados da dark web. Governos ao redor do mundo, especialmente nos EUA, também ofereceram centenas de milhares de dólares a quem conseguir decifrar o código do Monero.

Monero é ligeiramente incomum, pois não foi realizada uma venda de tokens para XMR — e nenhum token foi pré-minerado. No momento da redação, a oferta circulante de XMR é de 18.188.773,23. Esta criptomoeda foi projetada para ser resistente a circuitos integrados de aplicação específica, que são comumente usados para minerar novos Bitcoins. Em teoria, isso significa que é possível minerar XMR usando equipamentos de computação comuns. Em geral, haverá um total de 18,4 milhões de XMR em circulação — e espera-se que esse limite seja alcançado em 31 de maio de 2022. Após isso, os mineradores serão incentivados através de “emissões residuais”, com uma pequena quantidade de XMR sendo inserida no sistema a cada 60 segundos como recompensa. Acredita-se que essa abordagem seja mais eficaz do que depender das taxas de transação.

Devido à sua natureza como uma moeda de privacidade, o XMR não está listado em algumas das principais exchanges. Por exemplo, embora você possa comprar XMR na Binance, ele não é suportado pela Coinbase. Como resultado, pode ser necessário converter sua moeda fiduciária em Bitcoin e passar por uma plataforma de negociação menor. Este guia ajuda a explicar como você pode converter moedas fiduciárias em criptomoedas com facilidade. À medida que seu uso cresce, tem havido um interesse crescente nos pares de preços XMR para AUD e XMR para EUR.

Monero utiliza um algoritmo de Prova de Trabalho, o RandomX, para validar transações. Este método foi introduzido em novembro de 2019 para substituir o antigo algoritmo CryptoNightR. Ambos foram projetados para serem resistentes a ASICs. O Monero pode ser minerado de forma relativamente eficiente em hardware de consumo, como x86, x86-64, ARM e GPUs, uma decisão de design baseada na oposição do Monero à centralização da mineração que a mineração ASIC cria. No entanto, isso também resultou na popularidade do Monero entre mineradores que utilizam malware sem consentimento. Em outubro de 2021, o projeto Monero introduziu o P2Pool, um pool de mineração que opera em uma sidechain, permitindo que os participantes tenham controle total de seus nós, assim como nas configurações de mineração solo.