O fabricante alemão de carros de luxo Mercedes-Benz Group registrou uma queda nas vendas e no lucro líquido no segundo trimestre, devido a menores volumes de vendas e um declínio nos veículos topo de linha mais lucrativos.

A empresa anunciou na sexta-feira que o lucro líquido e a receita caíram em comparação com o ano anterior, embora o lucro líquido tenha superado as expectativas dos analistas. A Mercedes-Benz revisou para baixo sua previsão anual para a margem de lucro ajustada no segmento de automóveis de passageiros e agora espera uma margem entre 10% e 11%, em comparação com a previsão anterior de 10% a 12%.

A margem de lucro no segmento de automóveis de passageiros atingiu 10,2% no segundo trimestre, o que estava acima da meta trimestral, mas abaixo do valor do ano anterior de 13,5%. A empresa atribuiu o desempenho à eficiência operacional, aos baixos custos de material e a uma composição de vendas favorável.

Os resultados foram descritos pelos analistas da Bernstein como um alívio, dada a discussão sobre um possível alerta de lucros. Os analistas da Citi também estimaram a margem em 10,4% e chamaram a atenção para os fracos números de vendas da empresa.

Apesar dos desafios, a Mercedes-Benz confirmou suas previsões para o ano inteiro no nível do grupo e destacou a introdução de novos modelos, bem como as expectativas de vendas no segmento de veículos de ponta. No entanto, a empresa também apontou incertezas macroeconômicas. A Mercedes-Benz permanece cautelosa em relação ao mercado chinês, onde enfrenta forte concorrência de fabricantes locais nos segmentos de entrada e núcleo. Além disso, tensões geopolíticas e conflitos comerciais entre Europa, China e EUA podem afetar os resultados futuros.

Mercedes-Benz aumentou a previsão anual para a margem no segmento de transportes, beneficiado por preços favoráveis e redução de custos. A empresa agora espera uma margem de lucro ajustada de 14% a 15%, em comparação com os 12% a 14% originalmente esperados.

Em contraste, o fabricante de veículos premium reduziu a previsão para o negócio de mobilidade, atribuindo isso aos custos iniciais da infraestrutura de carregamento e a um mercado difícil na China. O retorno ajustado esperado sobre o patrimônio líquido foi reduzido para 8,5% a 9,5%, ante 10% a 12% anteriormente. O foco agora deve estar na eficiência de custos.

O lucro líquido do grupo caiu no segundo trimestre para 3,02 bilhões de euros, em comparação com 3,56 bilhões de euros no mesmo período do ano anterior. No entanto, superou as expectativas dos analistas de 2,95 bilhões de euros, com base no consenso da Visible Alpha.

A receita caiu para 36,74 bilhões de euros em comparação com 38,24 bilhões de euros, ficando abaixo da previsão do Visible Alpha de 37,06 bilhões de euros. O fluxo de caixa livre industrial caiu para 1,63 bilhões de euros, comparado com 3,36 bilhões de euros no ano anterior.

O resultado antes de juros e impostos (EBIT) foi de 4,04 bilhões de euros, em comparação com 4,99 bilhões de euros no ano anterior e ligeiramente abaixo do consenso da Visible Alpha de 4,06 bilhões de euros.