O varejista de moda online de Berlim, Zalando, aumentou desproporcionalmente os lucros em relação à receita e ao volume bruto de mercadorias (GMV) no segundo trimestre de 2024, melhorando as margens. A empresa listada no DAX também reafirmou seus objetivos para o ano todo.

De abril a junho, o lucro operacional ajustado antes de juros e impostos (EBIT ajustado) aumentou para 171,6 milhões de euros, em comparação com 145 milhões de euros no mesmo período do ano anterior. A margem correspondente melhorou para 6,5 por cento em comparação com 5,7 por cento anteriormente. Após impostos, a Zalando lucrou 95,7 milhões de euros, um aumento significativo em comparação com 57 milhões de euros no ano anterior.

O faturamento aumentou 3,4 por cento para 2,64 bilhões de euros, enquanto o GMV subiu 2,8 por cento para 3,84 bilhões de euros. Analistas esperavam uma queda do faturamento para 2,56 bilhões de euros. A empresa se beneficiou de grandes eventos esportivos como a Eurocopa, bem como de economias e melhorias nos custos logísticos.

No ano total, a Zalando continua a visar um EBIT ajustado entre 380 e 450 milhões de euros. O crescimento do GMV e da receita deverá estar entre 0 e 5 por cento.

Surpreendentemente, a Zalando anunciou também a expansão para a China. Uma nova localização em Shenzhen deverá abrir novos canais de vendas nas redes sociais. "Social Commerce" refere-se à venda de artigos com a ajuda de influenciadores.

Além disso, Zalando deseja expandir ainda mais a parceria com a empresa de IA OpenAI para utilizar IA generativa nas compras online. Os primeiros resultados mostram que conteúdos visuais e vídeos aumentam a taxa de interação e a probabilidade de compra.

Ao mesmo tempo, a diretora financeira Sandra Dembeck anunciou que não renovará seu contrato. Ela lidera a área de finanças desde março de 2022. Analistas encaram a saída de forma crítica, pois ocorre no meio do anúncio de uma estratégia de longo prazo.

Na bolsa, as ações da Zalando inicialmente reagiram positivamente e subiram cerca de 5,5%, mas devolveram os ganhos ao longo do dia e fecharam com uma queda de 1,91%, a 21,58 euros.

Analistas apresentaram reações mistas aos resultados trimestrais. Enquanto os lucros surpreenderam positivamente, as metas anuais inalteradas e a saída de Dembeck ofuscaram o quadro geral. Para o ano inteiro, a Zalando espera receitas estáveis e GMV ao nível do ano anterior no pior dos casos, mas também vê um potencial de crescimento de até cinco por cento.

Analista Georgina Johanan do JPMorgan espera uma dinâmica contínua, que pode acelerar ainda mais no terceiro trimestre, dependendo do desempenho em setembro. O lucro operacional ajustado (EBIT) deve subir para 380 a 450 milhões de euros, em comparação com pouco menos de 350 milhões no ano anterior.