O grupo farmacêutico e de tecnologia médica Johnson & Johnson (J&J) reduziu sua meta de lucro para o ano em curso. A razão para isso são os altos custos de aquisições, especialmente a aquisição bilionária da fabricante americana de tecnologia médica Shockwave. Apesar desses custos, a J&J mostra-se mais otimista em relação ao desenvolvimento das receitas.

O grupo agora espera um lucro operacional ajustado de 10,00 a 10,10 dólares por ação para 2024. Em abril, a J&J havia dado uma previsão para a faixa de lucro de 10,60 a 10,75 dólares. Os custos das aquisições superam claramente a contribuição de lucro de um desempenho melhorado.

No segundo trimestre, a Johnson & Johnson alcançou um lucro líquido de quase 4,7 bilhões de dólares (4,3 bilhões de euros) após impostos, o que representa uma queda de quase 13% em relação ao ano anterior. No entanto, ajustado por efeitos extraordinários, o lucro por ação aumentou 10% para 2,82 dólares, superando as expectativas dos analistas. A receita subiu 4,3% no mesmo período, chegando a 22,4 bilhões de dólares.

Para o ano inteiro, a Johnson & Johnson agora espera um aumento de receita para US$ 89,2 a 89,6 bilhões. Anteriormente, a empresa tinha como meta até US$ 89,1 bilhões. Em junho, a J&J adquiriu a empresa de biotecnologia Proteologix e, em julho, os direitos para o anticorpo biespecífico NM26 da Numab Therapeutics.

No ano passado, a Johnson & Johnson separou seu negócio de bens de consumo com marcas como Carefree e Neutrogena e o fundou sob o nome Kenvue. Isso visa aumentar o foco em produtos com margens mais altas. No entanto, com a iminente perda da patente do medicamento para psoríase Stelara na Europa, a empresa enfrenta uma crescente concorrência de medicamentos genéricos. Stelara é considerado um dos maiores sucessos de vendas do conglomerado dos EUA.

Johnson & Johnson continua a buscar um acordo com os reclamantes que alegam danos à saúde causados por talco contaminado com amianto. J&J oferece agora um acordo de cerca de 11 bilhões de dólares (10,3 bilhões de euros) às pessoas afetadas. Duas tentativas anteriores de acordo fracassaram, pois os reclamantes exigiam mais dinheiro. As ações judiciais referem-se principalmente ao pó de talco "Baby Powder", que muitas mulheres acusam de causar câncer de ovário. Outros fabricantes de pós para bebês, pés e outros produtos nos EUA também enfrentam ações similares devido a ingredientes prejudiciais à saúde.

A ação da Johnson & Johnson fechou na NYSE com alta de 3,69 por cento, a 156,58 dólares.