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Meta investe fortemente em IA e mundos virtuais apesar das grandes perdas
A Meta está a investir massivamente em inteligência artificial e mundos virtuais, superando as previsões de receita e lucro no terceiro trimestre de 2024, mas enfrenta perdas significativas na divisão Reality Labs.

O conglomerado norte-americano Meta continua a apostar fortemente em inteligência artificial e mundos virtuais para garantir uma vantagem tecnológica sobre a concorrência. O fundador e CEO Mark Zuckerberg está aumentando os investimentos nessa área, apesar das perspectivas de sucesso incertas e dos encargos financeiros significativos.
No ano corrente, a Meta planeja investir pelo menos 38 bilhões de dólares em investimentos de longo prazo, incluindo a expansão de centros de dados para IA. Esta soma é um bilhão de dólares maior do que o inicialmente esperado e deve aumentar ainda mais no próximo ano. Paralelamente, o grupo está integrando cada vez mais software de IA em suas principais plataformas, Facebook e Instagram, o que fez com que a Meta AI alcançasse 500 milhões de usuários ativos mensais. Zuckerberg destaca que a IA já tem efeitos positivos nos negócios.
Apesar desses desenvolvimentos positivos, a Reality Labs, a divisão de mundos virtuais, continua sendo um grande fardo financeiro. No último trimestre, a Reality Labs registrou perdas operacionais de 4,4 bilhões de dólares com uma receita de apenas 270 milhões de dólares. Essas perdas levantam questões sobre se os altos investimentos em mundos virtuais são rentáveis a longo prazo. No entanto, a diretora financeira Susan Li afirmou que a Reality Labs continua sendo uma prioridade estratégica e que os investimentos são necessários para garantir o crescimento futuro.
Por outro lado, o lucro total do grupo da Meta aumentou 35% em relação ao ano anterior, para cerca de 15,7 bilhões de dólares, enquanto a receita cresceu quase um quinto, atingindo 40,6 bilhões de dólares. O segmento de nuvem AWS (Amazon Web Services) teve um crescimento particularmente forte, alcançando um resultado operacional de 10,4 bilhões de dólares, um aumento de quase 50% em relação ao ano anterior. A receita nesta área cresceu cerca de 20%, chegando a 27,5 bilhões de dólares, o que continua fazendo da AWS a joia da rentabilidade da empresa.
Apesar dos números positivos do trimestre, os investidores reagiram com ceticismo às desenvolvimentos. No pregão da NASDAQ, as ações da Meta caíram 4,09% após o fechamento, para 567,58 dólares. Esta correção de preço reflete a incerteza dos investidores em relação às altas perdas nos Reality Labs e aos riscos de longo prazo no campo dos mundos virtuais.
Mark Zuckerberg profita pessoalmente com a alta das ações. Sua fortuna aumentou para 209 bilhões de dólares devido ao desempenho das ações, tornando-o a terceira pessoa mais rica do mundo, atrás de Elon Musk e Jeff Bezos. Apesar desses sucessos pessoais, o futuro dos investimentos da Meta em IA e mundos virtuais permanece incerto, já que as grandes perdas e as perspectivas de sucesso a longo prazo continuam a levantar questões.