Um país em transformação, um setor em corrida, e no meio: Alibaba. O gigante chinês de e-commerce está, segundo Eulerpool, diante de uma transação inovadora na Coreia do Sul. Juntamente com o gigante do varejo E-Mart, deve surgir uma joint venture avaliada em cerca de 4 bilhões de dólares.
As conversações estão em estágio avançado. Informantes relatam que os detalhes da fusão já poderiam ser finalizados – talvez ainda esta semana. O objetivo é fundir as operações de comércio eletrônico de ambas as empresas na Coreia do Sul, criando assim um player dominante no mercado local.
Por que a Coreia do Sul é o próximo grande passo para a Alibaba
Alibaba tem um problema: o crescimento no mercado doméstico da China está estagnado. Embora a empresa brilhe com avanços em áreas de negócios internacionais como AliExpress e o setor de nuvem, as margens no comércio eletrônico tradicional estão desabando. A Coreia do Sul, um mercado dinâmico com consumidores adeptos de tecnologia e alta penetração de comércio eletrônico, oferece exatamente o que a Alibaba procura: novas oportunidades, novos clientes, novo crescimento.
A concorrência na Coreia do Sul, no entanto, não está dormindo. Empresas como a Coupang, muitas vezes chamada de "o Amazon da Coreia do Sul", e a Naver, um gigante local da tecnologia, dominam a cena. Com a entrada da Alibaba, no entanto, o equilíbrio de poder mudará.
E-Mart: Um gigante subestimado em alta velocidade
E-Mart pode ser menos conhecido em círculos internacionais, mas nos últimos anos a empresa se tornou discretamente um peso-pesado no varejo sul-coreano. Especialmente com a compra do eBay Coreia do Sul em 2021 por impressionantes 3 bilhões de dólares, a E-Mart fortaleceu sua posição.
O foco da E-Mart em categorias baseadas em alimentos e no amplo setor de varejo complementa perfeitamente as forças tecnológicas e logísticas da Alibaba. Juntos, eles poderiam formar uma dupla imbatível que agitasse o mercado.
Os Desafios: Turbulências Políticas e Crises Econômicas
Mas a Coreia do Sul é atualmente um terreno difícil. A situação política está tensa - a declaração da lei marcial pelo presidente Yoon Suk Yeol e sua subsequente destituição abalaram o país. Os consumidores estão perdendo a confiança e os gastos de consumo estão caindo. De acordo com relatos recentes, a confiança do consumidor caiu em outubro tanto quanto no início da pandemia de Covid-19.
Um negócio desta magnitude nessas condições? Arriscado, mas estrategicamente sensato. Pois, especialmente em tempos de crise, surgem oportunidades para assegurar participação de mercado e superar a concorrência.
Coupang, Naver e agora Alibaba
Com a entrada da Alibaba e o apoio da E-Mart, o mercado de comércio eletrônico sul-coreano está maduro para uma dura competição. Se Coupang e Naver conseguirão defender sua posição de mercado, ainda está por ver. No entanto, é certo que a estratégia de expansão da Alibaba atinge uma nova dimensão.
Embora as ações da E-Mart tenham caído cerca de 7% este ano e a Alibaba brilhe com um aumento de 11%, mostra-se: ambas as empresas têm pontos de partida diferentes, mas um objetivo comum – o topo do mercado de e-commerce sul-coreano.