Cabo de guerra político: O que está ameaçado de falhar e o que ainda pode ser aprovado?

Desde o colapso inesperado da coalizão do chanceler Olaf Scholz em novembro, o governo alemão não possui maioria parlamentar, o que tem atrasado a implementação de várias leis planejadas. No entanto, há esperança: algumas leis podem ser aprovadas antes das eleições antecipadas em fevereiro. Os Democratas Livres (FDP), que antes pertenciam à coalizão, sinalizaram que estão dispostos a apoiar certos projetos de lei avançados. Scholz planeja realizar um voto de confiança na segunda-feira e vê oportunidades para esforços conjuntos na aprovação de medidas urgentes antes da eleição em 23 de fevereiro. Um ponto positivo é o acordo alcançado na sexta-feira entre as antigas partes da coalizão SPD, Verdes e FDP sobre cortes de impostos e aumento nos pagamentos de abono de família. De acordo com o projeto de lei, estes incluem cortes de impostos de mais de 11 bilhões de euros para os anos de 2025 e 2026 e um aumento do abono de família em cinco euros, totalizando 255 euros mensais. Outro projeto de lei potencial é o popular bilhete Alemanha. Esta medida permitiria viagens ilimitadas no transporte local e regional por uma tarifa mensal fixa e ainda necessita da aprovação do orçamento necessário de 1,5 bilhões de euros para o próximo ano. O líder da oposição conservadora Friedrich Merz demonstra disposição para cooperação. Medidas para fortalecer o Tribunal Constitucional Federal também podem encontrar apoio. A estrutura do tribunal pode se tornar vulnerável caso o próximo Bundestag seja bloqueado por partidos populistas. O apoio planejado para usinas de energia a hidrogênio, por outro lado, pode não avançar. O tempo está se esgotando para que esse projeto passe pelo processo parlamentar antes da eleição. A elaboração do orçamento para 2025 também pode não ser concluída, embora um orçamento provisório com base nos esboços existentes possa ser utilizado. A extensão do congelamento do aluguel até 2029 parece ser vista com ceticismo devido à resistência entre os conservadores. Além disso, a proposta de redução do IVA sobre alimentos não encontra quase nenhum apoio entre os partidos de oposição. Reformas planejadas nas áreas de pensões e custos de transmissão de eletricidade também estão em terreno incerto, devido à falta de apoio entre os partidos para transformar esses ambiciosos planos em lei.