Queda de Carlos Watson: Showmaster da loucura das start-ups condenado à prisão

A outrora promissora saga de Ozy Media termina agora de forma dramática: o ex-apresentador de talk show Carlos Watson foi condenado a quase dez anos de prisão. A sentença está relacionada a uma conspiração financeira federal que destaca a Ozy Media como um caso extremo da mentalidade de start-up 'fake-it-til-you-make-it'. O caso revelou que um executivo da Ozy chegou a se passar por gerente do YouTube para convencer investidores da suposta grandiosidade da Ozy — e sob a orientação direta de Watson, segundo a promotoria. Watson, de 55 anos, e a agora dissolvida empresa foram condenados no verão passado por várias acusações, como conspiração para fraude eletrônica. Watson, que nega todas as acusações, se vê como vítima de uma 'perseguição seletiva' — especialmente como um empresário afro-americano no predominantemente branco Vale do Silício. Libertado sob uma fiança alta de 3 milhões de dólares, Watson enfrentava uma potencial pena de prisão de até 37 anos. A acusação alegava que ele desempenhou um papel de liderança em um plano para enganar investidores por meio de declarações exageradas de receita e transações bem-sucedidas simuladas. Ele negou qualquer irregularidade e culpou outros pelas falsas representações. Seu cofundador, Samir Rao, assim como a ex-chefe de gabinete da Ozy, Suzee Han, já se declararam culpados e aguardam a sentença. Ambos testemunharam contra Watson. A Ozy foi fundada em 2012 e pretendia ser uma plataforma de notícias e cultura para millennials com um foco global. Apesar de uma fachada impressionante com grandes parceiros publicitários e clientes, a empresa lutava cada vez mais desde 2017 com dificuldades financeiras e tentava mascará-las com números inflacionados, segundo informantes.